segunda-feira, 15 de março de 2010

O Rei Sol e Versailles.



Mais uma vez, França (pois é, eu não me canso!).
Quem já foi mais de uma vez para lá, com certeza deve ter passado por Versailles. Lá, uma cidade pequena com todas as características francesas da Revolução, com seus prédios, suas vielas e seus jardins característicos, você vai encontrar o tão falado Palácio de Versailles.
O rei Sol - estou falando de ninguém menos que Louis XIV - habitou o palácio durante todo seu longo e glorioso reinado (1643-1715), além de seu neto - Louis XVI, o decapitado - e sua mulher - Marie Antoinette, aquela dos brioches. Todos os salões, todos os quartos e todos os jardins parecem ter parado no tempo, assim como a cidade.
Quando você chegar observe bem a cidade. Lembre-se de toda a história que ocorreu por lá, veja as calçadas, as construções, as pessoas. Peça para que o guia turístico lhe mostre os prédios de todas as "preferidas" do rei Sol. Ele costumava dar uma casa para cada uma delas, com tudo do bom e do melhor. E para você, que não sabe o que e quem eram as preferidas do rei, aqui vai uma dica: hoje, são vulgarmente chamadas de amantes.
Depois, peça para o guia passar ao lado de uma grande construção que mais parece um quartel. Ela é enorme e com uma arquitetura extremamente quadrada. Fica ao lado do palácio... e acredite, ela é nada mais nada menos do que a cozinha (sim, cozinha!) do palácio. Era lá que eram preparados os pratos servidos à família real e à toda nobreza.
Fiquei pensando durante muito tempo em como faziam os franceses, no inverno, para que a comida não esfriasse no caminho entre a "cozinha" e o palácio (é hilariante).
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Agora você vai entrar no palácio. Não não, não entre ainda! Antes disso, olhe o lado de fora. Quer saber o que mais me chamou atenção? Os portões. São dourados e cheios de símbolos. Preste atenção em todos eles e se a curiosidade te chamar, procure um livro de história e então entenderá cada um desses símbolos. A maioria deles representam a grandiosidade do rei Sol e todos os seus feitos.
Aliás, por falar em grandiosidade, observe a frase que está no alto da parte direita do Palácio "A Toute Le Glorie de France" (À toda Glória da França). Repare na grandiosidade intrínseca que os franceses demonstram em suas obras.
Pegue fones de ouvido na entrada (se você estiver sem o guia turístico, elas serão úteis, uma vez que passam as informações na linguagem que você escolher), junte-se ao seu grupo e siga em frente. Uma coisa eu tenho certeza que irá notar. Ninguém fala lá dentro. O impacto é tão grande e a "energia" tão presente que o silêncio predomina. O chão é sempre de madeira, aliás, esse é o único barulho que se ouve, o pisar dos sapatos na madeira.
Passe por todas as salas, as ante-salas e os quartos. Uma característica não pode, de jeito nenhum, passar desapercebida: o teto. Cada sala tem, em seu teto, a pintura de um dos deuses gregos. Se olhar durante mais que 30 segundos, te garanto que você vai se sentir no céu. Ah, repare também no cheiro do palácio. Tem cheiro de casa de campo. Daquelas que você vai passar o inverno com os amigos ou com a família.
Tudo brilha, tudo tem em si incrustado cada minuto da vida da França.
O quarto de Louis XIV (aqui do lado, na foto) encontra-se lá, grandioso como ele. No teto, você verá Apolo e suas chamas em uma biga - Le Char d' Appollon - pintado por Charles de la Fosse especialmente para ele. Ele era tão político que fazia questão de receber alguns dos nobres mais famosos todos os dias pelas manhãs. Todos ficavam no quarto, aguardando o despertar e seu médico pessoal verificar-lhe o estado geral. Era assim... todos os dias.
Repare no quadro encontrado no quarto de Marie Antoinette. Veja o seu olhar, o olhar de seus filhos. Todos loirinhos e pequenos. Ela, com seu rosto de rainha e ao mesmo tempo transmitindo uma simplicidade sem igual.
Quando entrar na sala dos espelhos (conhecida por ser a maior sala de festas e a única que possuía tantos espelhos naquela época onde o vidro e os espelhos eram de extremo preço alto), o último conselho que dou é que repare nos espelhos. Eles são feios e velhos, manchados. Mas não se desanime, eles só estão assim porque os franceses são tão respeitadores de sua história que resolveram não mudar nada dessa sala. Do lado esquerdo vê-se espelhos adornados com ouro, do lado direito, janelas imensas... que levam você a olhar para o jardim imenso de Versailles.
Antes de ir embora, vá aos jardins. Sente-se na grama. Ponha as mãos na grama, bem lentamente. Olhe o céu, as flores e as árvores. Veja os caminhos e os labirintos que ele lhe apresenta. Senti uma vontade enorme de entrar nesses caminhos e me perder por lá para sempre. O jardim é tão colorido e cheio de vida na primavera, tão misterioso e frio no inverno e tão quente e romântico no verão. Cada estação traz o seu encanto, o seu despertar de sentimentos.
Vou contar um segredo... só para vocês.
Antes de dormir, penso em Versailles. Penso principalmente no jardim. Foi um dos melhores lugares que já conheci. Transmite paz... e um sentimento único de que tudo vai ficar bem, independente do que for.

2 comentários:

  1. Apesar da glória de seu reinado ser resultado na maior parte de governos anteriores, Luís XIV soube atuar como um verdadeiro Rei Sol ao fazer obras tão grandiosas como o Palácio de Versailles.
    Ainda vou a esse lugar, eu juro hahah.

    ~já sabe né? Supersaudades!
    espero que esteja tudo dando certo aí ;D
    <3 U!

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  2. Vidinha... Seu texto, para variar um pouco, carrega toda a peculiaridade do seu ser. Delicado e sensível. Atento e impressionado. Não é para menos, afinal - e aos que não sabem -, essa senhora carrega em si o lema máximo de Luís XIV: "O Estado sou eu".

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