segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sous Le Ciel de Paris!

A porta do avião então se abre.
A primeira coisa que aconselho é que inspire o mais fundo que seus dois pulmões aguentarem. Não rápido, devagar. O ar é frio no inverno e, na grande maioria dos dias, seco.
Desça do avião e, antes de prestar atenção em qualquer outro aspecto, aprecie os franceses. Uma coisa que notei é que eles não têm uma genética marcante, que se perceba. Se você encontrar um francês caminhando na estação da Luz provavelmente pensará que é mais um apressado paulistano.
Quer saber o que caracteriza um francês? A roupa. Na verdade eu diria... o estilo. Eles preferem um "entrar mudo e sair calado". São discretos, principalmente quando o assunto é roupa. Preferem as cores neutras e nada estampado, gostam de listras, bolinhas e xadrez. Você não vai ver uma francesa com uma bota verde limão, amarelo ouro ou qualquer outra cor que te lembre o arco-íris. Pelo menos não no inverno.
Mulheres são baixas (ah sim, nisso a genética marcou presença) e o cabelo, sempre curto. Elas amam variar nos chapéus, que aliás, são muito bonitos e compráveis. Homens preferem passar um gel e deixar o cabelo todo para trás, mas se encontra com certa frequência algum de boina, o que os deixa muito charmosos.
...
Logo depois de descer do avião e olhar um francês pela primeira vez, você vai notar que eles não precisam necessariamente falar para te dizer o que querem. Neles, o corpo inteiro fala. Desde a sobrancelha até os pés. São transparentes e não fazem a mínima questão de mudar isso. Se estiverem desconfiados, perceberá a desconfiança em todo o corpo. A felicidade é expressa num simples movimento da boca, que por mais singelo que seja, acredite, você percebe que é sincero. Se estiverem com frio então? Prepare-se para rir. Porque francês que é francês, não fala com o corpo, grita com o corpo.
Você então entra no aeroporto. Algo que achei muito engraçado foi o modo como eles anunciam vôos e chamam as pessoas pelos alto falantes. O que no Brasil, e em outros tantos aeroportos, se limita à um pequeno toque (antes da pessoa falar do outro lado) lá se dá por alguns acordes musicais. Daqueles que te dão a nítida impressão que está no céu. Tenho que confessar que quando o ouvi pela primeira vez o coração acelerou, levei realmente um susto!

Quando você for sair do aeroporto para o Hotel, preste atenção (não, ninguém vai te assaltar). Vá para o lado de fora, espere em baixo de uma placa azul com um desenho de um táxi (até aí, nada de novo). O taxi vai parar. Aliás, há uma fila enorme deles e também há uma grande possibilidade de que ele seja uma Mercedes (não leve um susto, é normal por lá). O taxista vai abrir a janela e vai te perguntar duas coisas: Quantas pessoas são e quantas malas você tem.
Em Paris, dependendo do carro e do taxista (e, é claro, do humor dele) só se leva uma ou duas pessoas no carro, se elas tiverem até três malas. Pois é. Se estiver viajando com o seu marido, noivo ou mesmo com seus pais, vai ter que ir em mais de um táxi se for uma pessoa que tem o hábito de levar, vamos dizer assim, uma grande parte do seu guarda-roupa.
Acontece. Mas não perca a cabeça.
Lembre-se: Você está viajando.
Os taxistas que peguei não foram simpáticos. Foram educados. Muito educados. Não colocam som alto no carro, não começam a te encher de perguntas (não se esqueça: eles são europeus, não latino americanos) e se, por um acaso, eles precisarem falar ao telefone, falam tão baixo que você começa a pensar "será que a pessoa do outro lado ouve?".
Pois é, bem vindo à Paris! Esses são os parisienses. Com essa cultura reservada, mas... experimente puxar assunto. Vão te dedicar algum tempo, com muito boa vontade e simpatia.

3 comentários:

  1. ok. me senti em paris. ta maravilhoso amicá. babei litros

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  2. Confesso que eu morri de vontade de conhecer Paris, muito mais depois de toda essa descrição poética e leviana, que a gabi fez. Quero conhecer os franceses. Deve ser uma poesia que só, um charme maravilhoso. Já ouvi falar que os franceses respeitam muito a liberdade do ser. Melhhor do que nós, brasileiros, que prefirimos cuidar da vida alheia, não acha?
    blog lindo, vou ler sempre
    Beijão Gabi

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  3. Gabi voce me fez sentir em Paris tua escrita é encantadora.
    Voce viaja de corpo e alma!

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